Blogue informativo e comemorativo do centenário de nascimento do cineasta Manuel Guimarães (1915-1975)
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Nazaré e a censura
VILA FRANCA DE XIRA – No âmbito da exposição “Manuel Guimarães, sonhador indómito”, patente no Museu do Neo-Realismo até 30 de Abril do próximo ano, o Museu desenvolve uma programação complementar que inclui um Ciclo de Cinema – Filmografia de Manuel Guimarães e Colóquios temáticos sobre a obra artística e cinematográfica daquele realizador e artista plástico.
Neste âmbito, no próximo dia 10 de dezembro, pelas 21h00, realizar-se-á mais uma sessão de cinema, com a exibição do filme Nazaré, 1952 (84 min.), sob o tema Censura no Cinema, com comentário de Leonor Areal, curadora da Exposição.
Nazaré tem argumento do escritor Alves Redol e conta a história da pobre comunidade piscatória da Nazaré, das suas tragédias, conflitos e dramas colectivos.
http://local.pt/portugal/exposicao-manuel-guimaraes-sonhador-indomito-em-vila-franca-de-xira/
sábado, 5 de dezembro de 2015
Entrevista sobre Manuel Guimarães
Entrevista a Leonor Areal por Paulo Alves Guerra no programa Império dos Sentidos de 3 de Dezembro de 2015 na Antena 2.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Retratos por "Gui" (Manuel Guimarães)
Fernando Namora e Bernardo Santareno
Quadros originais em exposição no Museu do Neo-Realismo,
pertencentes ao acervo da FBAUP - Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Intróito à exposição no Museu do Neo-Realismo
Único realizador neo-realista do cinema português, deixou uma obra ímpar, construída tenazmente contra todas as adversidades e mutilada sem perdão pela Censura de antanho.
Manuel Guimarães morreu precocemente em 1975 – pouco depois de ter podido respirar a liberdade – e o último filme que rodou em 1974, já após a revolução, não pôde acabá-lo. Quem desaparece esquece, e assim a sua memória se diluiu no negrume torturado desses anos da ditadura que já ninguém queria lembrar, época triste, tempo sem regresso.
É a memória deste homem extraordinário, "indómito sonhador", como lhe chamou seu filho, que aqui se procura resgatar.»
(Texto de apresentação da exposição por Leonor Areal)
EXPOSIÇÃO patente no Museu do Neo-Realismo até 30 de Abril de 2016
Rua Alves Redol nº45 2600-009 Vila Franca de Xira
Horário:
3ª a 6ª feira: 10h00 – 18h00
Sábados e Domingos: 10h00 – 19h00
Encerra às segundas-feiras e feriados
Telefone: 263285626
Mais info
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Colóquio sobre "Contexto Social e Artístico"
Com as presenças de Mário Jorge Torres e António Pedro Pita, precedido da exibição do filme "Fernando Namora", no âmbito da exposição "Manuel Guimarães, sonhador indómito".
Sábado, 21 Novembro 2015, 15h00, no Museu do Neo-Realismo
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Programação complementar - Exposição “Manuel Guimarães, sonhador indómito”
«No âmbito da exposição Manuel Guimarães, sonhador indómito, patente no Museu do Neo-Realismo até 30 de Abril do próximo ano, o Museu desenvolve uma programação complementar que inclui um Ciclo de Cinema - Filmografia de Manuel Guimarães e Colóquios temáticos sobre a obra artística e cinematográfica daquele realizador e artista plástico.
A escolha dos temas a debater nos colóquios, complementados com a exibição de filmes e documentários, assim como a visualização de alguns filmes de Manuel Guimarães integrados no Ciclo de Cinema, procura suscitar no visitante uma efectiva redescoberta de um cineasta e artista que amou o cinema sobre todas as coisas porque nele viu a possibilidade estética por excelência do século XX de dar forma a uma profunda paixão pela liberdade. Redescoberta. também, de um dilema - as relações entre o neorrealismo e o cinema - que ainda hoje continua a interpelar-nos e
que Manuel Guimarães tão bem materializou nos seus filmes, num percurso de mais de três décadas, criando assim uma obra única, apesar dos cortes impiedosos da Censura do Estado Novo.»
(da Newsletter do MNR - Nov. 2015)
Ciclo de Cinema | Filmografia de Manuel Guimarães
19 novembro’15 [quinta-feira] 21h00
Exibição do filme Saltimbancos, 1951 (92 min.).
Com comentário de Leonor Areal, curadora da exposição, sobre o tema Neorrealismo no Cinema.
Colóquio | Contexto Social e Artístico
21 novembro’15 [sábado] 15h00
Com as presenças de Mário Jorge Torres, Professor Associado no Departamento de Estudos Anglísticos da Faculdade de Letras e Investigador do Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa e de António Pedro Pita, Diretor Científico do Museu do Neo-Realismo.
Exibição do filme Fernando Namora, 1969 (12 min.).
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Saltimbancos em Albergaria-a-Velha
Sexta-feira, dia 6 de Novembro, ocasião especial para ver o primeiro filme do cineasta de Valmaior, Manuel Guimarães - 1915-1975, numa grande tela de cinema. É às 21h00 no Cineteatro Alba, onde continua patente até final de Dezeembro a exposição itinerante «Descobrir Manuel Guimarães».
Folheto de lançamento de "Saltimbancos", cuja estreia ocorreu no Porto em 24 de Outubro de 1951, no cinema Batalha, e depois em Lisboa, no Cinema Éden, em 25 de Janeiro de 1952.
Folheto de lançamento de "Saltimbancos", cuja estreia ocorreu no Porto em 24 de Outubro de 1951, no cinema Batalha, e depois em Lisboa, no Cinema Éden, em 25 de Janeiro de 1952.
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
domingo, 18 de outubro de 2015
Exposição multimedia no Museu do Neo-Realismo
Inaugurou ontem, 17 de Outubro de 2015, a exposição «Manuel Guimarães, sonhador indómito», com lançamento do catálogo-livro e uma visita guiada pela curadora Leonor Areal.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Inauguração da exposição «Manuel Guimarães, sonhador indómito» no Museu do Neo-Realismo
Integrada nas comemorações do centenário do nascimento do cineasta Manuel Guimarães, inaugura no próximo sábado, 17 de Outubro, às 16 horas, no Museu do Neo-Realismo, a Exposição “Manuel Guimarães, sonhador indómito”.
Tal
como nos refere a curadora da exposição, Leonor Areal, “Esta exposição
vem fazer luz sobre um cineasta importante e ingloriamente malogrado.
Único realizador neo-realista do cinema português, deixou uma obra
ímpar, construída tenazmente contra todas as adversidades e mutilada sem
perdão pela Censura de então”.
A Exposição, que ocupa todo o piso 1 do Museu, estará patente até 30 de Abril de
2016.
http://local.pt/portugal/inauguracao-da-exposicao-manuel-guimaraes-sonhador-indomito-em-vila-franca-de-xira/
http://local.pt/portugal/inauguracao-da-exposicao-manuel-guimaraes-sonhador-indomito-em-vila-franca-de-xira/
Antecipação
A exposição "Manuel Guimarães, sonhador indómito" em montagem no Museu do Neo-Realismo para a abertura no sábado, dia 17, pelas 16 horas.
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Exposição «Descobrir Manuel Guimarães» em Albergaria-a-Velha
Inaugurou no dia 2 de Outubro, no Cineteatro Alba, a exposição itinerante «Descobrir Manuel Guimarães», com curadoria de Leonor Areal e execução técnica da Cinemateca Portuguesa.
Entre Outubro e Dezembro a Câmara Municipal homenageia o cineasta - natural da aldeia de Valmaior, concelho de Albergaria-a-Velha - com várias acções, sendo a primeira uma conversa com investigadores que estudaram a obra de Manuel Guimarães, seguindo-se uma visita à exposição comemorativa.
Durante o trimestre haverá ainda um ciclo de cinema e visitas orientadas para grupos escolares.
Ciclo de Cinema Manuel Guimarães
6 Novembro – “Saltimbancos” – 1952, 95 min., M/12
http://www.cineteatroalba.com/centenario-de-manuel-guimaraes-1915-1975-2/
P.S. Visita guiada: http://novos-arruamentos.blogspot.pt/2015/10/descobrir-manuel-guimaraes.html
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Eventos em Albergaria-a-Velha
Comemoração do Centenário de nascimento de Manuel Guimarães
2 de Outubro de 2015 no Cineteatro Alba, em Albergaria-a-Velha
Programa
18h30 Colóquio sobre Manuel Guimarães abordando as suas raízes em
Albergaria-a-Velha (Valmaior), o significado da sua obra e da sua luta
pessoal, com a presença de: Prof.a Dra. Leonor Areal, Miguel Cardoso, Prof. Dr. Carlos Braga (equipa de investigação)
19h30 Visita comentada à Exposição Descobrir Manuel Guimarães
21h00 Filme "Nazaré"-1952, 85 min., M/12 - Gratuito
(integrado no ciclo de cinema)
2 de Outubro de 2015 no Cineteatro Alba, em Albergaria-a-Velha
Programa
18h30 Colóquio sobre Manuel Guimarães abordando as suas raízes em
Albergaria-a-Velha (Valmaior), o significado da sua obra e da sua luta
pessoal, com a presença de: Prof.a Dra. Leonor Areal, Miguel Cardoso, Prof. Dr. Carlos Braga (equipa de investigação)
19h30 Visita comentada à Exposição Descobrir Manuel Guimarães
21h00 Filme "Nazaré"-1952, 85 min., M/12 - Gratuito
(integrado no ciclo de cinema)
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Centenário no Museu do Neo-Realismo
Centenário do nascimento de Manuel Guimarães, assinalado com exposição no MNR
Inaugura no Museu do Neo-Realismo a 17 de outubro a exposição “Manuel Guimarães – Sonhador Indómito”, mostra comemorativa do centenário do nascimento do cineasta (1915 – 1975), que terá a curadoria de Leonor Areal.
Manuel Guimarães, que desde cedo se interessou pelo cinema, destacou-se ao longo da sua carreira pela aplicação dos princípios neo-realistas à sétima arte, o que levou a que parte da sua filmografia tenha sido objecto de censura. Foi o autor, entre muitas outras obras, do filme “Nazaré”, com argumento do escritor neo-realista Alves Redol.
A par do cinema, Manuel Guimarães dedicou-se também à pintura, bem como ao grafismo e à ilustração, em jornais e outras publicações.
(anunciado no Boletim Municipal de Vila Franca de Xira: http://www.cm-vfxira.pt/pages/619)
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Centenário de Manuel Guimarães em Albergaria-a-Velha
02 outubro 2015 | sexta-feira | 19h00
Multidisciplinar | CTAlba – Espaço Café-Concerto
Centenário de Manuel Guimarães (1915-1975)
Gratuito
Nascido em Valmaior (Albergaria-a-Velha) há 100 anos, Manuel Guimarães foi um realizador que se destacou pela aplicação dos princípios da corrente neorrealista ao cinema. Entre
outubro e dezembro a Câmara Municipal homenageia o cineasta com várias
ações, sendo a primeira uma conversa com investigadores que estudaram a
obra de Manuel Guimarães, seguindo-se uma visita à
exposição comemorativa. Durante o trimestre haverá ainda um ciclo de
cinema e visitas orientadas para grupos escolares.
21h00 – Gratuito, sujeito a levantamento de ingresso e à lotação da sala
02 outubro – “Nazaré” – 1952, 85 min., M/12
06 novembro – “Saltimbancos” – 1952, 95 min., M/12
http://www.cineteatroalba.com/centenario-de-manuel-guimaraes-1915-1975/
domingo, 13 de setembro de 2015
Festa do Avante
Manuel Guimarães - que secretamente se considerava comunista, embora não filiado no PCP - foi evocado no seu centenário durante a Festa do Avante, que decorreu nos dias 4, 5 e 6 de Setembro.
Constaram da programação do CineAvante deste ano três momentos de evocação: dos 70 anos da vitória sobre o nazi-fascismo, de comemoração do centenário do nascimento de Manuel Guimarães e de homenagem a Manoel de Oliveira, recentemente falecido.
No dia 5, foi projectado o filme Nazaré: http://www.festadoavante.pcp.pt/2015/nazare
«Plasticamente, NAZARÉ apresenta afinidades com o neorrealismo italiano no modo como explora os conflitos entre pescadores bem como a sua umbilical ligação ao lugar a que pertencem. Longe do folclore pitoresco associado pelo Estado Novo à Nazaré, é sobretudo na sua comunidade e à sua dimensão trágica que Guimarães se centra. Alves Redol escreveu o argumento e os diálogos, num filme muito massacrado pela censura.»
Nuno Franco sobre Manuel Guimarães: https://youtu.be/KtXWL9dgEz8?t=1m19s
Mais info :http://arte-factos.net/2015/08/24/cinema-portugues-na-festa-do-avante/
sábado, 22 de agosto de 2015
Aniversário
O dia do centésimo aniversário de Manuel Guimarães foi assinalado a 19 de Agosto em Albergaria-a-Velha com uma tertúlia promovida pelo Clube de Albergaria, com a presença de Álvaro Rui Tavares, Jose Carlos Oliveira e Sérgio Pereira.
«Numa conversa participada, celebram-se os 100 anos do nascimento do Albergariense que foi dos cineastas mais inovadores na sétima arte e procura-se prestar o tributo a um dos maiores realizadores portugueses cuja obra, talento e genialidade foram particularmente fustigados pela ditadura Salazarista».
https://www.facebook.com/clubedealbergaria
http://imagensdealbergaria.blogspot.pt/2015/08/tertulia-de-homenagem-manuel-guimaraes.html
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Exposição na Cinemateca
Continua visível a exposição sobre Manuel Guimarães, com curadoria de Leonor Areal e pesquisa de Carlos Braga, Miguel Cardoso e Rafael Prata, em colaboração com o Museu do Neo-Realismo e com o apoio da Cinemateca.
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Mesa-redonda sobre Manuel Guimarães
Com Mário Jorge Torres, Lauro António, Leonor Areal, Paulo Miguel Martins, David Santos, Paulo Cunha, Miguel Cardoso e moderação de Joana Ascensão (da direita para a esquerda), em 29 de Junho de 2015 na Cinemateca.
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca/Noticias/Mesa-redonda---Rever-Manuel-Guimaraes.aspx
terça-feira, 30 de junho de 2015
HOJE: Entrevista com o realizador de Cântico final
30-06-2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Rever Manuel Guimarães
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
CÂNTICO FINAL
de Manuel Guimarães, Dórdio Guimarães
com Ruy de Carvalho, Manuela Cardo, Fernando Curado Ribeiro
Portugal, 1975 - 110 min | M/12
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Anúncio de retrospectiva em Junho 1976 |
Adaptação do
romance homónimo de Vergílio Ferreira, CÂNTICO FINAL é também um
testamento em que Manuel Guimarães se projecta na personagem de Mário
Gonçalves (Ruy de Carvalho), um professor de liceu ameaçado de morte
devido a um cancro, e que regressa à aldeia onde nasceu, na Serra da
Estrela, para aí passar os últimos dias. Manuel Guimarães já não acabou o
filme (Produções Cinematográficas Manuel Guimarães), concluído por seu
filho, Dórdio Guimarães. A apresentar numa cópia resultante do processo
de preservação de 2004.
ANTECEDIDO de uma entrevista com Manuel Guimarães realizada para a RTP no programa “DAS ARTES E OFÍCIOS” (1974, 16 min), em que Guimarães fala do desejo e da impossibilidade de realizar "Alegria Breve" do escritor Virgílio Ferreira e da realização de "Cântico Final", da adaptação livre da obra, da sua relação com Virgílio Ferreira, do prazer extraordinário de realizar e montar um filme, da destruição de negativos pela censura e da recuperação dos filmes estropiados pelos censores, do filme "Vidas sem rumo" com diálogos do escritor Alves Redol e dos realizadores que admira, salientando a sua amizade com Fellini. . São também mostradas imagens de Guimarães em rodagem.
http://www.cinemateca.pt/Programacao.aspx?id=4210
ANTECEDIDO de uma entrevista com Manuel Guimarães realizada para a RTP no programa “DAS ARTES E OFÍCIOS” (1974, 16 min), em que Guimarães fala do desejo e da impossibilidade de realizar "Alegria Breve" do escritor Virgílio Ferreira e da realização de "Cântico Final", da adaptação livre da obra, da sua relação com Virgílio Ferreira, do prazer extraordinário de realizar e montar um filme, da destruição de negativos pela censura e da recuperação dos filmes estropiados pelos censores, do filme "Vidas sem rumo" com diálogos do escritor Alves Redol e dos realizadores que admira, salientando a sua amizade com Fellini. . São também mostradas imagens de Guimarães em rodagem.
http://www.cinemateca.pt/Programacao.aspx?id=4210
domingo, 28 de junho de 2015
AMANHÃ: Duas entrevistas com Manuel Guimarães, seguidas de mesa-redonda
Segunda-feira, 29 de junho às 18h30 na Cinemateca
No âmbito do Ciclo “Rever Manuel Guimarães”, tem lugar na Sala Luís de Pina uma mesa redonda em que se discutirá o cinema do autor.
A introduzir a sessão apresentam-se duas entrevistas raríssimas com
Manuel Guimarães realizadas para a RTP no contexto dos programas “Cinema
72”(1972, 17 min) e “Das Artes e Ofícios” (1974, 16 min), em que
Guimarães fala de vários dos seus filmes ou aborda a sua relação com os
cineastas mais velhos, com os quais começou a trabalhar, e com a geração
do Cinema Novo. São também mostradas imagens de Guimarães em rodagem.
O encontro conta com a participação de vários investigadores que têm trabalhado sobre a obra de Manuel Guimarães como Leonor Areal, Lauro António, Mário Jorge Torres, David Santos, Miguel Cardoso, Paulo Miguel Martins, Paulo Cunha, e moderação de Joana Ascensão.
Trata-se de uma discussão que se pretende alargada quase no final da retropectiva integral dos filmes de Guimarães, que termina no dia seguinte, no mesmo horário, com a exibição de "Cântico Final".
O encontro conta com a participação de vários investigadores que têm trabalhado sobre a obra de Manuel Guimarães como Leonor Areal, Lauro António, Mário Jorge Torres, David Santos, Miguel Cardoso, Paulo Miguel Martins, Paulo Cunha, e moderação de Joana Ascensão.
Trata-se de uma discussão que se pretende alargada quase no final da retropectiva integral dos filmes de Guimarães, que termina no dia seguinte, no mesmo horário, com a exibição de "Cântico Final".
A entrada é gratuita, mediante o levantamento de ingressos na bilheteira.

no topo: fotografia de Manuel Guimarães, por Maria Eduarda Colares
esquerda: Benjamim Falcão, João Maria Tudela, Rui de Carvalho, Rui Luis, Abel Escoto, Manuel Guimarães e Clarisse Guimarães na rodagem de Cântico Final (Manuel Guimarães, 1974/75)
direita: Saltimbancos (Manuel Guimarães, 1951)
sábado, 27 de junho de 2015
HOJE: Lotação Esgotada e documentários "patrocinados"
27-06-2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Rever Manuel Guimarães
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
O RITMO NA VIDA | EXPRESSOS “LISBOA-MADRID” | LOTAÇÃO ESGOTADA
duração total da sessão: 119 min | M/12
O RITMO NA VIDA
Portugal, 1968 – 11 min
EXPRESSOS “LISBOA-MADRID”
Portugal, 1969 – 14 min
de Manuel Guimarães
LOTAÇÃO ESGOTADA
de Manuel Guimarães
com Artur Semedo, Miguel Franco, Luísa Neto, Edith Sarah, Ana Elsa
Portugal, 1972 – 94 min
Da última fase da sua obra, concluída com CÂNTICO FINAL alguns anos depois, este filme de Manuel Guimarães (realizador e produtor) tem argumento e diálogos de Mário Braga a partir de uma ideia de Artur Semedo, fotografia de Abel Escoto e música de António Victorino d’Almeida. Trata-se de um filme ambientado numa localidade fictícia, a Casconha, cujo cemitério local está cheio (“lotação esgotada”) sendo a construção do novo cemitério a grande obra do mandato do presidente da câmara, cujo corolário, a inauguração, é retardada pela vitalidade dos habitantes do município. Metáfora crítica da sociedade portuguesa da época, LOTAÇÃO ESGOTADA foi um filme particular e injustamente mal recebido na altura.
Antecedem-no as curtas-metragens promocionais O RITMO NA VIDA (patrocinada pelo então BESCL-Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa) e EXPRESSOS “LISBOA-MADRID” (patrocinado pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses).
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?id=4208&date=2015-06-27
sexta-feira, 26 de junho de 2015
HOJE: Fernando Namora vai ao cinema
26-06-2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Rever Manuel Guimarães
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
FERNANDO NAMORA | O TRIGO E O JOIO
duração total da sessão: 112 min | M/12
FERNANDO NAMORA
de Manuel Guimarães
Portugal, 1969 – 12 min
O TRIGO E O JOIO
de Manuel Guimarães
com Eunice Muñoz, Igrejas Caeiro, Mário Pereira, Barreto Poeira
Portugal, 1965 – 90 min
Produzido pelos Artistas e Técnicos Associados, a Tobis Portuguesa, António da Cunha Telles e Guimarães, O TRIGO E O JOIO é uma adaptação do romance homónimo de Fernando Namora, assinada pelo próprio escritor. Um drama sobre uma família de agricultores em que o chefe desbarata na feira o dinheiro destinado à compra de uma burra, indispensável à labuta no campo. A realização é despojada e moderna. A abrir a sessão, produzido por Ricardo Malheiro, FERNANDO NAMORA (primeira exibição na Cinemateca) retrata a vida e obra do escritor, que surge num testemunho filmado.
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?id=4207&date=2015-06-26
quinta-feira, 25 de junho de 2015
HOJE: Curtas-metragens sobre artistas plásticos
25-06-2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Rever Manuel Guimarães
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
MANUEL GUIMARÃES | CURTAS-METRAGENS ARTISTAS PLÁSTICOS
duração total da sessão: 104 min | M/12
sessão apresentada por David Santos
com José Amaro, Dórdio Guimarães, Silva Araújo
Portugal, 1949 – 28 min
ANTONIO DUARTE
Portugal, 1969 – 20 min
RESENDE
Portugal, 1969 – 24 min
CARTA A MESTRE DÓRDIO GOMES
Portugal, 1971 – 16 min
AREIA MAR – MAR AREIA
Portugal, 1972 – 16 min
de Manuel Guimarães
O alinhamento da sessão reúne cinco títulos documentais de curta-metragem dedicados a artistas plásticos. Obra inaugural de Guimarães na realização, com argumento de Fernando Fragoso baseado em obras de Diogo Macedo, O DESTERRADO (prémio Paz dos Reis) é uma dramatização biográfica da vida e obra de Soares dos Reis. ANTONIO DUARTE e RESENDE são dois títulos da série “Artes e Letras”, produzidos por Ricardo Malheiro. Em ambos se entrevistam os artistas, Antonio Duarte e Júlio Resende, tendo o segundo comentário e locução de Virgílio Ferreira. Os dois últimos são produzido pelo próprio Guimarães: com comentário de Dórdio Guimarães e locução de Gomes Ferreira, CARTA A MESTRE DÓRDIO GOMES centra-se na vida e obra do artista referenciado no título; AREIA MAR – MAR AREIA constrói-se à volta da vida e obra do escultor Joaquim Martins Correia, e também do seu testemunho, por ocasião de uma exposição organizada na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. AREIA MAR – MAR AREIA e RESENDE são primeiras exibições na Cinemateca. David Santos, diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea, apresenta a sessão.
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?id=4206&date=2015-06-25
quarta-feira, 24 de junho de 2015
HOJE: O Crime de Aldeia Velha
24-06-2015, 18H30 | SALA LUÍS DE PINA - CINEMATECA
REVER MANUEL GUIMARÃES
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
O CRIME DE ALDEIA VELHA
de Manuel Guimarães
com Barbara Laage, Rogério Paulo, Mário Pereira, Maria Olguim, Rui Gomes, Glicínia Quartin
Portugal, 1964 - 115 min | M/12
Adaptação de uma peça de Bernardo Santareno, por sua vez inspirada num facto verídico, ocorrido no norte do país em 1933*. A história de uma mulher que se julga possessa e que é queimada numa fogueira pelo povo da aldeia como forma de exorcismo, depois de dois homens se terem suicidado por amor dela. Um requisitório contra a superstição num dos filmes mais interessantes de Manuel Guimarães. Seis anos depois de A COSTUREIRINHA DA SÉ, o regresso de Guimarães às longas-metragens de ficção, faz-se com António da Cunha Telles como produtor (produção para a Tobis Portuguesa), no mesmo ano de BELARMINO de Fernando Lopes, que com OS VERDES ANOS de Paulo Rocha (produções Cunha Telles) abriram o caminho do “Cinema Novo Português”. A apresentar numa cópia resultante do processo de preservação de 1997.
* sobre o caso real ver aqui
terça-feira, 23 de junho de 2015
HOJE: Artistas do Porto
23-06-2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Rever Manuel Guimarães
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
ARTES GRÁFICAS | O ENSINO DAS BELAS ARTES | O PORTO, ESCOLA DE ARTISTAS
duração total da sessão: 73 min | M/12
sessão apresentada por David Santos
Portugal, 1967 – 26 min
O ENSINO DAS BELAS ARTES
Portugal, 1967 – 21 min
O PORTO, ESCOLA DE ARTISTAS
Portugal, 1967 – 26 min
de Manuel Guimarães
O alinhamento da sessão reúne três curtas-metragens documentais realizadas por Guimarães para a série “Portugal de Agora” produzida pelo SNI-Secretariado Nacional de Informação. Dedicados a “temas artísticos”, os três títulos não deixam de estar marcados pelo seu crivo de filmes de propaganda. Em ARTES GRÁFICAS, faz-se um panorama da atividade na época, em Lisboa e no Porto, com ênfase no cartaz, nas revistas e livros bem como no ensino e nas instituições a ela ligadas. O ENSINO DAS BELAS ARTES concentra-se na Escola de Belas Artes do Porto, também referenciada em O PORTO, ESCOLA DE ARTISTAS, igualmente filmado no Museu Soares dos Reis e em que, para além das obras aí expostas de pintores e escultores portuenses, se filmam, nos seus respetivos estúdios, Dórdio Gomes, António Cruz, Guilherme Camarinha, Augusto Gomes, Amândio Silva, Martins da Costa e Júlio Resende. Os primeiro e terceiro títulos são primeiras exibições na Cinemateca. David Santos, diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea, apresenta a sessão.
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?id=4204&ciclo=492
segunda-feira, 22 de junho de 2015
HOJE: os filmes do Porto na Cinemateca
22-06-2015, 18H30 | SALA LUÍS DE PINA
REVER MANUEL GUIMARÃES
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
AS CORRIDAS INTERNACIONAIS DO PORTO | O PORTO É CAMPEÃO! | A COSTUREIRINHA DA SÉ
duração total da sessão: 117 min | M/12
AS CORRIDAS INTERNACIONAIS DO PORTO
Portugal, 1956 – 12 min
O PORTO É CAMPEÃO!
Portugal, 1956 – 5 min
de Manuel Guimarães
A COSTUREIRINHA DA SÉ
de Manuel Guimarães
com Maria de Fátima Bravo, Alina Vaz, Jacinto Ramos, Baptista Fernandes, Carlos José Teixeira e Costinha
Portugal, 1958 – 100 min
Adaptação de uma opereta, A COSTUREIRINHA DA SÉ foi um projeto fracassado de filme de sucesso, crónica bairrista do Porto com uma cançonetista da moda no papel principal, interpretada por Maria de Fátima Bravo. Entre a faina da cidade, a observação social e a ingenuidade amorosa, a quarta longa-metragem de Manuel Guimarães (que também assina produção, planificação e montagem), distingue-se na bela fotografia de Perdigão Queiroga e nas suas belas cores (em scope, Eastmancolor). A apresentar numa cópia resultante do processo de preservação de 1997. A sessão abre com duas curtas-metragens “portuenses e desportivas” de 1956, produzidas para a Lisboa Filme: AS CORRIDAS INTERNACIONAIS DO PORTO, “uma reportagem de Manuel Guimarães” sobre uma prova automobilística de Fórmula 1 realizada na cidade (a apresentar em cópia nova, numa primeira exibição na Cinemateca); O PORTO É CAMPEÃO!, que dá a ver imagens decisivas de um jogo de futebol em que o FCP se sagrou campeão nacional.
Portugal, 1956 – 12 min
O PORTO É CAMPEÃO!
Portugal, 1956 – 5 min
de Manuel Guimarães
A COSTUREIRINHA DA SÉ
de Manuel Guimarães
com Maria de Fátima Bravo, Alina Vaz, Jacinto Ramos, Baptista Fernandes, Carlos José Teixeira e Costinha
Portugal, 1958 – 100 min
Adaptação de uma opereta, A COSTUREIRINHA DA SÉ foi um projeto fracassado de filme de sucesso, crónica bairrista do Porto com uma cançonetista da moda no papel principal, interpretada por Maria de Fátima Bravo. Entre a faina da cidade, a observação social e a ingenuidade amorosa, a quarta longa-metragem de Manuel Guimarães (que também assina produção, planificação e montagem), distingue-se na bela fotografia de Perdigão Queiroga e nas suas belas cores (em scope, Eastmancolor). A apresentar numa cópia resultante do processo de preservação de 1997. A sessão abre com duas curtas-metragens “portuenses e desportivas” de 1956, produzidas para a Lisboa Filme: AS CORRIDAS INTERNACIONAIS DO PORTO, “uma reportagem de Manuel Guimarães” sobre uma prova automobilística de Fórmula 1 realizada na cidade (a apresentar em cópia nova, numa primeira exibição na Cinemateca); O PORTO É CAMPEÃO!, que dá a ver imagens decisivas de um jogo de futebol em que o FCP se sagrou campeão nacional.
Rever Manuel Guimarães na Cinemateca
Exposição no primeiro andar.
Segunda parte da retrospectiva até 30 de Junho.
Programação aqui: http://www.cinemateca.pt/Programacao.aspx?ciclo=492
sexta-feira, 12 de junho de 2015
HOJE: Estivadores e companhia nos cais de Lisboa
12-06-2015, 18H30 | SALA LUÍS DE PINA
REVER MANUEL GUIMARÃES
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
TRÁFEGO E ESTIVA | VIDAS SEM RUMO
duração total da sessão: 90 min | M/12
TRÁFEGO E ESTIVA
de Manuel Guimarães
Portugal, 1968 – 17 min
VIDAS SEM RUMO
de Manuel Guimarães
com Milú, Eugénio Salvador, Artur Semedo, Madalena Sotto, Jacinto Ramos
Portugal, 1956 – 73 min
Manuel Guimarães tentou com SALTIMBANCOS (1951) uma tangente ao movimento literário neorrealista português (o filme inspirava-se num romance de Leão Penedo e teve como diretor de produção outro nome ligado ao movimento, Rogério de Freitas) e à nova escola cinematográfica italiana do pós guerra. O fraco acolhimento ao filme não impediu Manuel Guimarães de voltar a explorar aquele caminho em VIDAS SEM RUMO, inspirado num conto seu (Pardal & C.ª) mas com diálogos, argumento, montagem e planificação de Alves Redol, outro expoente do neorrealismo literário português. Segundo Luís de Pina, o resultado foi “uma crónica jornalística de um bairro pobre que a Censura tornou irreconhecível, filme de grandes contrastes, irregular, mas muito pessoal.” A apresentar numa cópia resultante do processo de preservação de 1996. A abrir a sessão, em “rima portuária” com VIDAS SEM RUMO, TRÁFEGO E ESTIVA (produzido por Ricardo Malheiro): título de importância histórica como o primeiro filme português originalmente filmado em 70mm. Iminentemente publicitário, mostrando as atividades de estiva do porto de Lisboa do ponto de vista da sua eficácia e do progresso, é um filme de belas imagens (em scope) e música de Carlos Paredes.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
HOJE: Curtas-metragens de Manuel Guimarães (1)
11-06-2015, 18H30 | SALA LUÍS DE PINA
REVER MANUEL GUIMARÃES
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
EM COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO NEO-REALISMO
MANUEL GUIMARÃES | CURTAS-METRAGENS DOURO E MINHO
duração total da projeção: 50 min | M/12
sessão apresentada por Sofia Sampaio
BARCELOS
Portugal, 1961 – 11 min
PORTO – CAPITAL DO TRABALHO
Portugal, 1961 – 14 min
VINHOS BI-SECULARES
Portugal, 1961 – 11 min
TAPETES DE VIANA DO CASTELO
Portugal, 1967 – 14 min
de Manuel Guimarães
O alinhamento da sessão reúne quatro títulos documentais de curta-metragem realizados por Manuel Guimarães nos anos sessenta e centrados na região do Douro e Minho. Patrocinado pela Câmara Municipal e Comissão de Turismo de Barcelos, o primeiro regista aspectos da região e a anual Festa das Cruzes. PORTO – CAPITAL DO TRABALHO refere a realidade económica e laboral da cidade. VINHOS BI-SECULARES centra-se na produção e cultivo do vinho do Porto e foi, como os anteriores, produzido pelo realizador. TAPETES DE VIANA DO CASTELO foi realizado para o produtor Ricardo Malheiro, e retrata atividades da confeção e indústria da tapeçaria no distrito de Viana do Castelo. À exceção deste último, são primeiras exibições na Cinemateca.
Portugal, 1961 – 11 min
PORTO – CAPITAL DO TRABALHO
Portugal, 1961 – 14 min
VINHOS BI-SECULARES
Portugal, 1961 – 11 min
TAPETES DE VIANA DO CASTELO
Portugal, 1967 – 14 min
de Manuel Guimarães
O alinhamento da sessão reúne quatro títulos documentais de curta-metragem realizados por Manuel Guimarães nos anos sessenta e centrados na região do Douro e Minho. Patrocinado pela Câmara Municipal e Comissão de Turismo de Barcelos, o primeiro regista aspectos da região e a anual Festa das Cruzes. PORTO – CAPITAL DO TRABALHO refere a realidade económica e laboral da cidade. VINHOS BI-SECULARES centra-se na produção e cultivo do vinho do Porto e foi, como os anteriores, produzido pelo realizador. TAPETES DE VIANA DO CASTELO foi realizado para o produtor Ricardo Malheiro, e retrata atividades da confeção e indústria da tapeçaria no distrito de Viana do Castelo. À exceção deste último, são primeiras exibições na Cinemateca.
terça-feira, 9 de junho de 2015
HOJE: Nazaré, 18h30 na Cinemateca
09-06-2015, 18h30 | Sala Luís de Pina
Rever Manuel Guimarães
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
NAZARÉ
de Manuel Guimarães
com Virgílio Teixeira, Helga Liné, Artur Semedo
Portugal, 1952 - 84 min | M/12
Plasticamente,
NAZARÉ aproxima-se dos clássicos de Leitão de Barros MARIA DO MAR e
ALA-ARRIBA!, e apresenta afinidades com o neorrealismo italiano no modo
como explora os conflitos entre pescadores bem como a sua umbilical
ligação ao lugar a que pertencem. Longe do folclore pitoresco associado
pelo Estado Novo à Nazaré, é sobretudo na sua comunidade e na sua
dimensão trágica que Guimarães se centra. Alves Redol escreveu o
argumento e os diálogos, num filme muito massacrado pela censura. A
apresentar numa cópia resultante do processo de preservação de 1996. A
sessão inclui imagens de uma apresentação do filme por Manuel Guimarães
na RTP.
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?id=4200&ciclo=492
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?id=4200&ciclo=492
Exposição sobre Manuel Guimarães
Na Cinemateca, a acompanhar o ciclo de cinema, uma exposição sobre a obra de Manuel Guimarães, com curadoria de Leonor Areal e pesquisa de Carlos Braga, Miguel Cardoso e Rafael Prata.
Uma antevisão em miniatura do que será a exposição no Museu do Neo-Realismo a inaugurar em 17 de Outubro.
Uma antevisão em miniatura do que será a exposição no Museu do Neo-Realismo a inaugurar em 17 de Outubro.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
HOJE: Saltimbancos, às 21h30 na Cinemateca
08-06-2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Manuel Guimarães – Abertura
Em colaboração com o Museu do Neo-Realismo
SALTIMBANCOS
de Manuel Guimarães
com Maria Olguim, Helga Liné, Artur Semedo, Fernando Gusmão
Portugal, 1951 - 92 min | M/12
Primeira
longa-metragem de Manuel Guimarães (também produtor), SALTIMBANCOS
marcou a diferença no cinema português do começo da década de cinquenta
relativamente às comédias "à portuguesa" que então se faziam, procurando
aproximar-se dos modelos do neorrealismo italiano, numa história
adaptada do romance O Circo, de Leão Penedo, sobre a vida e a morte de
uma companhia de saltimbancos. A apresentar em cópia resultante de um
processo de preservação de 2005.
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?ciclo=490
http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?ciclo=490
Início da retrospectiva integral
Cinemateca e Museu do Neo-realismo homenageiam cineasta Manuel Guimarães
A Cinemateca Portuguesa vai homenagear Manuel Guimarães com uma retrospetiva integral da sua obra, a partir de hoje, iniciativa realizada em colaboração com o Museu do Neo-Realismo, no centenário do nascimento do cineasta, anunciou o Museu do Cinema.
A retrospetiva na Cinemateca antecede uma exposição no Museu do Neo-realismo, em Vila Franca de Xira, intitulada "Manuel Guimarães, sonhador indómito", que vai ser inaugurada no dia 18 de outubro, segundo o museu.A exposição, com curadoria de Leonor Areal, vai estar aberta ao público até 28 de fevereiro de 2016.
O ciclo "Rever Manuel Guimarães", na Cinemateca, permite rever o percurso do cineasta que se destacou pela aplicação dos princípios ideológicos do neorrealismo à sétima arte, da qual fazem parte os filmes "Nazaré" (1958) e "O Crime de Aldeia Velha" (1968).
A sessão de abertura está marcada para as 21:30, com a exibição de "Saltimbancos", a primeira longa-metragem de Manuel Guimarães, filme "que marcou a diferença no cinema português do começo da década de 1950, relativamente às comédias `à portuguesa` que então se faziam, procurando aproximar-se dos modelos do neorrealismo italiano", realça o comunicado.
A Cinemateca refere que Manuel Guimarães é "um dos mais incompreendidos e mais injustamente desconhecidos realizadores portugueses, cuja obra é urgente rever e redescobrir".
"Rever Manuel Guimarães" vai decorrer até ao próximo dia 30, na sala Luís de Pina, da Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=776608
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=835028&tm=4&layout=121&visual=49
http://visao.sapo.pt/cinemateca-e-museu-do-neo-realismo-homenageiam-cineasta-manuel-guimaraes=f822052
CICLO Rever Manuel Guimarães
No centenário do nascimento de Manuel
Guimarães (1915-1975), a Cinemateca homenageia o realizador com uma
retrospetiva integral da sua obra, numa iniciativa realizada em
colaboração com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira / Museu do
Neo-Realismo, no contexto da exposição que ali será inaugurada a 17 de
Outubro próximo - Manuel Guimarães, Sonhador Indómito, com
curadoria de Leonor Areal - e da edição do catálogo dessa exposição que
contará com o apoio da Cinemateca. Um dos mais incompreendidos e mais
injustamente desconhecidos realizadores portugueses, a cuja obra a
Cinemateca dedicou uma primeira retrospetiva em 1997 (“Manuel Guimarães:
A Travessia do Deserto”), Manuel Guimarães é um nome incontornável na
história do cinema português e o autor de uma obra importante que é
urgente rever e redescobrir.
Manuel Guimarães acolheu nos seus filmes influências e referências das mais variadas proveniências, da literatura à pintura e, no cinema, do expressionismo alemão ao realismo poético francês, do cinema soviético ao cinema clássico americano. Os seus filmes tocam, ainda, tanto a mensagem social como o musical escapista, o neorrealismo e o fantástico, o melodrama e a comédia, a penúria de meios técnicos de uma rodagem artesanal ou a grande produção comercial experimentando novas tecnologias como o CinemaScope, a cor e o 70mm.
Nascido em 1915, em Vale Maior (Albergaria-a-Velha), estudou na Escola de Belas-Artes do Porto, mantendo ao longo de toda a vida uma ligação importante à pintura, às artes gráficas, à ilustração e ao caricaturismo. Foi assistente de realização de Manoel de Oliveira durante a rodagem de ANIKI-BOBÓ (1942) e, depois disso, trabalhou com António Lopes Ribeiro, João Moreira, Jorge Brum do Canto, Armando Miranda e Arthur Duarte. A sua primeira curta-metragem, O DESTERRADO, sobre o escultor Soares dos Reis, foi considerada o melhor documentário português de 1949 e chamou a atenção para o novo realizador. As primeiras longas-metragens – SALTIMBANCOS, NAZARÉ e VIDAS SEM RUMO (1951/52/56) – foram produzidas em condições financeiras e técnicas precárias, tendo sido extensamente mutiladas pela censura e dividido uma crítica polarizada que apenas conseguiu ver nelas um “equívoco neorrealista” ou outro “falso arranque” da desejada renovação do cinema português. Estes filmes foram, no entanto, as obras mais originais e mais arrojadas da década de cinquenta, obrigando a uma revisão urgente das interpretações que remetem esta época apenas a um período negro do cinema português ou a uma mera antecâmara da renovação do Cinema Novo na década seguinte.
Endividado e muito desmoralizado com as reações negativas aos seus primeiros filmes e esgotado após o longo período de refilmagem de VIDAS SEM RUMO a que a censura o obrigara, Manuel Guimarães abandona temporariamente o cinema, vendo-se forçado a aceitar, em 1958, a realização de A COSTUREIRINHA DA SÉ, veículo de grande espetáculo para a estrela do nacional-cançonetismo Maria de Fátima Bravo. O filme foi arrasado pela crítica, insensível ao retrato de um país em mudança que ali também se representava, e Guimarães ganha a reputação de cineasta maldito.
Anos depois, a sua carreira teria um momento de relançamento graças ao produtor António da Cunha Telles, para quem realiza O CRIME DE ALDEIA VELHA (1964), adaptação da peça homónima de Bernardo Santareno. Mas O TRIGO E O JOIO (1965), adaptação de Fernando Namora, é novamente mutilado pela censura e atacado pela crítica. Empurrado para a realização de curtas-metragens de encomenda, Manuel Guimarães dedicar-se-ia ao género com empenho, assinando para o SNI, a RTP e o produtor Ricardo Malheiro mais de uma dezena de documentários, entre os quais se destacam vários sobre o mundo da arte, como ANTÓNIO DUARTE, FERNANDO NAMORA, RESENDE (1969) ou CARTA A MESTRE DÓRDIO GOMES (1971); sobre o trabalho, como TAPETES DE VIANA DO CASTELO (1967), ou ainda TRÁFEGO E ESTIVA (1968), o primeiro filme em 70mm realizado em Portugal.
Em 1972, a comédia LOTAÇÃO ESGOTADA voltaria a penalizá-lo aos olhos do público e, sobretudo, da crítica que o acusou de insistir num género desusado numa altura em que se estreavam obras emblemáticas do cinema moderno português como UMA ABELHA NA CHUVA e O PASSADO E O PRESENTE (1971).
CÂNTICO FINAL (1975), último filme de Guimarães, adapta o romance homónimo de Vergílio Ferreira. Terminado pelo seu filho, Dórdio Guimarães, faz ressoar na vida do seu protagonista os últimos anos de Manuel Guimarães. Tocante reflexão biográfica, CÂNTICO FINAL é a súmula perfeita de uma vida norteada por um sentido ético inflexível e de uma obra desalinhada dos padrões críticos da sua época, mutilada pela censura e menosprezada pela história do cinema, mas sempre caracterizada por uma grande dignidade artística.
A sessão de abertura, com SALTIMBANCOS, tem lugar na sala M. Félix Ribeiro, às 21h30 de 8 de junho (ver entrada respetiva).
de http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?ciclo=492
Manuel Guimarães acolheu nos seus filmes influências e referências das mais variadas proveniências, da literatura à pintura e, no cinema, do expressionismo alemão ao realismo poético francês, do cinema soviético ao cinema clássico americano. Os seus filmes tocam, ainda, tanto a mensagem social como o musical escapista, o neorrealismo e o fantástico, o melodrama e a comédia, a penúria de meios técnicos de uma rodagem artesanal ou a grande produção comercial experimentando novas tecnologias como o CinemaScope, a cor e o 70mm.
Nascido em 1915, em Vale Maior (Albergaria-a-Velha), estudou na Escola de Belas-Artes do Porto, mantendo ao longo de toda a vida uma ligação importante à pintura, às artes gráficas, à ilustração e ao caricaturismo. Foi assistente de realização de Manoel de Oliveira durante a rodagem de ANIKI-BOBÓ (1942) e, depois disso, trabalhou com António Lopes Ribeiro, João Moreira, Jorge Brum do Canto, Armando Miranda e Arthur Duarte. A sua primeira curta-metragem, O DESTERRADO, sobre o escultor Soares dos Reis, foi considerada o melhor documentário português de 1949 e chamou a atenção para o novo realizador. As primeiras longas-metragens – SALTIMBANCOS, NAZARÉ e VIDAS SEM RUMO (1951/52/56) – foram produzidas em condições financeiras e técnicas precárias, tendo sido extensamente mutiladas pela censura e dividido uma crítica polarizada que apenas conseguiu ver nelas um “equívoco neorrealista” ou outro “falso arranque” da desejada renovação do cinema português. Estes filmes foram, no entanto, as obras mais originais e mais arrojadas da década de cinquenta, obrigando a uma revisão urgente das interpretações que remetem esta época apenas a um período negro do cinema português ou a uma mera antecâmara da renovação do Cinema Novo na década seguinte.
Endividado e muito desmoralizado com as reações negativas aos seus primeiros filmes e esgotado após o longo período de refilmagem de VIDAS SEM RUMO a que a censura o obrigara, Manuel Guimarães abandona temporariamente o cinema, vendo-se forçado a aceitar, em 1958, a realização de A COSTUREIRINHA DA SÉ, veículo de grande espetáculo para a estrela do nacional-cançonetismo Maria de Fátima Bravo. O filme foi arrasado pela crítica, insensível ao retrato de um país em mudança que ali também se representava, e Guimarães ganha a reputação de cineasta maldito.
Anos depois, a sua carreira teria um momento de relançamento graças ao produtor António da Cunha Telles, para quem realiza O CRIME DE ALDEIA VELHA (1964), adaptação da peça homónima de Bernardo Santareno. Mas O TRIGO E O JOIO (1965), adaptação de Fernando Namora, é novamente mutilado pela censura e atacado pela crítica. Empurrado para a realização de curtas-metragens de encomenda, Manuel Guimarães dedicar-se-ia ao género com empenho, assinando para o SNI, a RTP e o produtor Ricardo Malheiro mais de uma dezena de documentários, entre os quais se destacam vários sobre o mundo da arte, como ANTÓNIO DUARTE, FERNANDO NAMORA, RESENDE (1969) ou CARTA A MESTRE DÓRDIO GOMES (1971); sobre o trabalho, como TAPETES DE VIANA DO CASTELO (1967), ou ainda TRÁFEGO E ESTIVA (1968), o primeiro filme em 70mm realizado em Portugal.
Em 1972, a comédia LOTAÇÃO ESGOTADA voltaria a penalizá-lo aos olhos do público e, sobretudo, da crítica que o acusou de insistir num género desusado numa altura em que se estreavam obras emblemáticas do cinema moderno português como UMA ABELHA NA CHUVA e O PASSADO E O PRESENTE (1971).
CÂNTICO FINAL (1975), último filme de Guimarães, adapta o romance homónimo de Vergílio Ferreira. Terminado pelo seu filho, Dórdio Guimarães, faz ressoar na vida do seu protagonista os últimos anos de Manuel Guimarães. Tocante reflexão biográfica, CÂNTICO FINAL é a súmula perfeita de uma vida norteada por um sentido ético inflexível e de uma obra desalinhada dos padrões críticos da sua época, mutilada pela censura e menosprezada pela história do cinema, mas sempre caracterizada por uma grande dignidade artística.
A sessão de abertura, com SALTIMBANCOS, tem lugar na sala M. Félix Ribeiro, às 21h30 de 8 de junho (ver entrada respetiva).
de http://www.cinemateca.pt/programacao.aspx?ciclo=492
domingo, 7 de junho de 2015
Centenários de Manuel Guimarães e de Mario Monicelli assinalados na Cinemateca
Lusa -
Um português que aplicou os princípios ideológicos do neo-realismo
ao cinema; um italiano que deles se quis autonomizar e assim ajudou a
inventar a chamada "comédia à italiana"
A Cinemateca Portuguesa vai homenagear Manuel Guimarães, a partir
desta segunda-feira, com uma retrospectiva integral da sua obra, em
colaboração com o Museu do Neo-Realismo, no centenário do nascimento do
cineasta.
![]() |
Cartaz de Os Saltimbancos DR |
O ciclo Rever Manuel Guimarães vai
permitir a reconstrução do percurso do cineasta, que se destacou pela
aplicação dos princípios ideológicos do neo-realismo à Sétima Arte,
nomeadamente a denúncia das desigualdades sociais, patente em filmes
como Nazaré (1952), com argumento de Alves Redol, Vidas Sem Rumo (1953-56), ou O Crime de Aldeia Velha (1964).
A sessão de abertura está marcada para segunda-feira, dia 8, às 21h30, com a exibição de Saltimbancos (1951),
primeira longa-metragem de Manuel Guimarães, filme "que marcou a
diferença no cinema português do começo da década de 1950, relativamente
às comédias 'à portuguesa que então se faziam, procurando aproximar-se
dos modelos do neo-realismo italiano", realça o comunicado da Cinemateca
Portuguesa - Museu do Cinema a apresentar o ciclo.Manuel Guimarães é "um dos mais incompreendidos e mais injustamente desconhecidos realizadores portugueses, cuja obra é urgente rever e redescobrir", lembra ainda a Cinemateca sobre o realizador que surge nos anos de 1950, antes da emergência do Cinema Novo da década de 1960.
Nascido na região de Albergaria-a-Velha, em 1915, Manuel Guimarães iniciou a carreira no cinema, integrado nas equipas de Manoel de Oliveira (de quem foi assistente de realização, em Aniki-Bóbó, em 1942), Brum do Canto ou Arthur Duarte, depois do curso de Pintura da Escola de Belas Artes do Porto.
Realizou o primeiro filme em 1949, a curta-metragem O Desterrado, sobre o escultor Soares dos Reis. Seguir-se-ia Saltimbancos, de 1951, que adaptava o romance de Leão Penedo. Acentuou a crítica social em Nazaré, sobre o dia-a-dia dos pescadores, e em Vidas Sem Rumo, centrado nas comunidades mais pobres de Lisboa, obras que o transformaram em alvo da censura e da ditadura do Estado Novo.
Para sobreviver, passou a dirigir filmes comerciais e reportagens de acontecimentos desportivos. Foi nesse contexto que surgiu A Costureirinha da Sé (1958), exemplar tardio da comédia "à portuguesa", já em registo de filme-opereta, filmado na zona histórica do Porto e marcado por um apurado trabalho da cor.
Na década de 1960, dirigiu O Crime da Aldeia Velha (1964), sobre a peça homónima de Bernardo Santareno, e "O Trigo e o Joio (1965), a partir do romance de Fernando Namora.
O documentário, porém, dominava a sua actividade regular: produções de arte para a RTP e filmes sobre temas como os tapetes de Viana do Castelo, o ensino das Belas Artes, o escritor Fernando Namora, o escultor António Duarte, os pintores Dórdio Gomes e Júlio Resende, ou Areia Mar – Mar Areia, já da década de 1970.
Tráfego e Estiva (1968), curta-metragem sobre Lisboa ribeirinha, com música de Carlos Paredes e narração de Luís Filipe Costa, foi o primeiro filme português rodado em 70 milímetros.
Em 1972, Manuel Guimarães ensaiaria a comédia em Lotação esgotada". Mas foi com Cântico Final (1975), a partir do romance de Vergílio Ferreira, que fez ressoar, no protagonista, os seus últimos anos de vida, como destaca a Cinemateca, na apresentação da obra. "Tocante reflexão biográfica", escreve a instituição, Cântico Final é a súmula perfeita de uma vida norteada por um sentido ético inflexível e uma obra desalinhada dos padrões críticos da sua época, mutilada pela censura e menosprezada pela história do cinema, mas sempre caracterizada por uma grande dignidade artística".
Manuel Guimarães morreu em Janeiro de 1975, aos 59 anos. A montagem de Cântico Final foi concluída por seu filho, Dórdio Guimarães.
O ciclo Rever Manuel Guimarães vai decorrer até 30 de Junho, na Sala Luís de Pina. A retrospectiva antecede a exposição Manuel Guimarães, sonhador indómito, com curadoria de Leonor Areal, que será inaugurada a 18 de Outubro no Museu do Neo-realismo, em Vila Franca de Xira, onde ficará até 28 de Fevereiro de 2016.
sábado, 6 de junho de 2015
Cântico Final (1974-75)
Em 1974, João Alves da Costa fazia um balanço da obra de Manuel Guimarães e do seu «esquecimento» pela História:
«Na história do cinema português, o nome Manuel Guimarães figura como um caso exemplar. “Saltimbancos” e “Nazaré” constituem dois significativos marcos da estética do neo-realismo. Guimarães, companheiro de geração de Redol, de Manuel da Fonseca, de Namora, de Carlos de Oliveira e de Vergílio Ferreira, foi a grande aposta de um cinema comprometido com as esperanças do homem nacional. Todavia, a História não é historicista; e, depois do apogeu, decorreram anos de (quase) esquecimento. Entretanto, a mais jovem crítica cinematográfica reclama, agora, Manuel Guimarães como figura central do movimento neo-realista. E o cineasta, sempre a caminho, fiel aos princípios que decorrem de uma convicção, vai filmar “Cântico Final”, precisamente baseado num romance de um antigo companheiro de jornada: Vergílio Ferreira» (Diário Popular, 1974).
O último filme, Cântico Final (1975), seria uma espécie de testamento estetico-político, mas Manuel Guimarães não pôde acabá-lo e a montagem foi concluída por seu filho, Dórdio Guimarães, que não soube talvez corresponder à ideia do autor; é um filme imperfeito e por isso difícil de avaliar.
Depois da morte, Guimarães é recordado por Baptista Rosa como «uma figura estranha, triste e quase envergonhada»: «Vimo-lo, com aquele sorriso triste, enfrentar as maiores dificuldades. Não ter dinheiro para comer, mas não perder o entusiasmo por um projecto no qual confiava em absoluto. E lá ia fazendo os seus filmes» (Plateia, 1975). É esta imagem do realizador esforçado mas frustrado que irá tingir - injustamente - a sua memória.
«Na história do cinema português, o nome Manuel Guimarães figura como um caso exemplar. “Saltimbancos” e “Nazaré” constituem dois significativos marcos da estética do neo-realismo. Guimarães, companheiro de geração de Redol, de Manuel da Fonseca, de Namora, de Carlos de Oliveira e de Vergílio Ferreira, foi a grande aposta de um cinema comprometido com as esperanças do homem nacional. Todavia, a História não é historicista; e, depois do apogeu, decorreram anos de (quase) esquecimento. Entretanto, a mais jovem crítica cinematográfica reclama, agora, Manuel Guimarães como figura central do movimento neo-realista. E o cineasta, sempre a caminho, fiel aos princípios que decorrem de uma convicção, vai filmar “Cântico Final”, precisamente baseado num romance de um antigo companheiro de jornada: Vergílio Ferreira» (Diário Popular, 1974).
O último filme, Cântico Final (1975), seria uma espécie de testamento estetico-político, mas Manuel Guimarães não pôde acabá-lo e a montagem foi concluída por seu filho, Dórdio Guimarães, que não soube talvez corresponder à ideia do autor; é um filme imperfeito e por isso difícil de avaliar.
Depois da morte, Guimarães é recordado por Baptista Rosa como «uma figura estranha, triste e quase envergonhada»: «Vimo-lo, com aquele sorriso triste, enfrentar as maiores dificuldades. Não ter dinheiro para comer, mas não perder o entusiasmo por um projecto no qual confiava em absoluto. E lá ia fazendo os seus filmes» (Plateia, 1975). É esta imagem do realizador esforçado mas frustrado que irá tingir - injustamente - a sua memória.
Lotação Esgotada (1972)
A sétima longa-metragem de Manuel Guimarães, Lotação Esgotada (1972), é uma sátira ao poder patriarcal e às hierarquias do poder local. Mas, no meio da torrente de filmes dos inícios de 70 e já depois de afirmada a nova vaga portuguesa, este filme parece passar um tanto desapercebido. Dirá Lauro António:
«Lotação Esgotada é uma comédia com coisas bastante interesantes e outras profundamente falhadas. O melhor que poderemos dela dizer é que se vê sem que nos envergonhemos (nós, público) e sem que o realizador saia envergonhado. Nada traz de novo, mas tenta assimilar um certo tipo de liberdades narrativas que não deixam de ser uma agradável surpresa, vindas, como vêm, de um realizador que trabalha o cinema há mais de trinta anos» ( Diário de Lisboa, 16-5-1972).
Afonso Cautela é menos benévolo e pretendia uma sátira mais actual, apontada aos “pequeno-burgueses”:
«Chegamos a lamentar que, com um pouco mais de ambição, de tempo e de métier e de liberdade na realização, Manuel Guimarães não tivesse conseguido o filme interessante que esteve a pique de conseguir, e um verdadeiro retrato da vida portuguesa ao nível dos hábitos pequeno-burgueses (...)» (A Capital, 1972).
Continua a ser flagrante e inexplicável a incompreensão que o crítico mostra em relação à acção da censura sobre a obra cinematográfica, acção repressiva que ele, como jornalista, não podia deixar de conhecer por experiência própria...
Mas é Luís de Pina que, à época, reconhece neste filme o seu valor crítico, dizendo-o «uma peça do mais puro humor negro», uma «sátira de costumes» e uma «sátira social»:
«Torna-se evidente, do ponto de vista social, a crítica ao despotismo, na figura do presidente da câmara que se acha vítima da sua própria ambição, da sua intolerância, do seu desejo de facha-
da» (Observador, 1972).
Anúncio no Diário de Lisboa, em 11-5-1972.
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