terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Centenário de Fernando Namora na Cinemateca


No fecho de um ciclo nacional de variadas evocações do centenário de Fernando Namora, que decorrem desde Abril de 2019 e se prolongam pelo início de 2020, a Cinemateca dedica ao escritor um ciclo de filmes com quatro adaptações das suas obras mais importantes, um curto retrato documental que lhe foi dedicado por Manuel Guimarães e ainda o documentário de Leonor Areal sobre este cineasta, em que Namora está presente por ligações de amizade e afinidade intelectual entre ambos.

FILMES DE MANUEL GUIMARÃES

22/01/2020, 18h30
FERNANDO NAMORA
de Manuel Guimarães
Portugal, 1969 – 12 min
A abrir a sessão, realizado por Manuel Guimarães, FERNANDO NAMORA retrata a vida e obra do escritor, que surge num testemunho filmado.

O TRIGO E O JOIO
de Manuel Guimarães
com Eunice Muñoz, Igrejas Caeiro, Mário Pereira, Barreto Poeira
Portugal, 1965 – 90 min

Produzido pelos Artistas e Técnicos Associados, a Tobis Portuguesa, António da Cunha Telles e Guimarães, O TRIGO E O JOIO é uma adaptação do romance homónimo de Fernando Namora, assinada pelo próprio escritor. Um drama sobre uma família de agricultores em que o chefe desbarata na feira o dinheiro destinado à compra de uma burra, indispensável à labuta no campo. A realização é despojada e moderna. 

29/01/2020, 18h30 

NASCI COM A TROVOADA – AUTOBIOGRAFIA PÓSTUMA DE UM CINEASTA
de Leonor Areal
Portugal, 2017 - 140 min | M/12

com a presença de Leonor Areal

O cineasta é Manuel Guimarães (1915-1975), que Leonor Areal apresenta neste documentário como “o principal cineasta neorrealista português” cujos filmes revelam “um olhar original sobre a sociedade portuguesa, escolhendo personagens consideradas marginais”: “o seu cinema é de índole trágica, mas também a vida do realizador, sacrificada à sua obra, espelha uma outra tragédia pessoal: a de um homem de talento que queria voar alto, mas teve de viver os ‘anos de chumbo’ da ditadura, sofrendo amargamente às mãos da censura.” A obra e vida de Manuel Guimarães cruzaram-se várias vezes com as de Fernando Namora e os dois mantiveram uma dedicada amizade que o filme de Areal aborda nomeadamente através da correspondência que trocaram e das imagens da adaptação de O TRIGO E O JOIO.